Entre 16 e 22 de fevereiro, o Cine Brasília dá sua contribuição a folia carnavalesca ao promover a estréia de Andança – Os Encontros e as memórias de Beth Carvalho. A sambista ajudou a tirar do anonimato muitos dos maiores sambistas da nossa história, foi criada na zona sul do Rio de Janeiro em uma família de classe média. Apesar de ter começado a cantar influenciada pela Bossa Nova e a tocar violão, ouvindo os acordes de João Gilberto, Elizabeth Santos Leal de Carvalho se consagrou no samba. Fã de Clementina de Jesus e Elizeth Cardoso – cantoras para quem dedicou seu primeiro álbum de samba (“Canto Por um Novo Dia”) – Beth se entregou aos ritmos da periferia e mudou a história do gênero musical mais popular do país. Além de sua atuação como cantora, esta torcedora fanática do Botafogo foi uma ardorosa militante, engajada nas mais diversas causas políticas progressistas.

O nome do documentário homenageia uma das canções mais conhecidas da história da música popular brasileira, Andança. Composta em 1968 por três jovens músicos, Edmundo Souto, Danilo Caymmi e Paulinho Tapajós, Andança ficou em terceiro lugar no Festival Internacional da Canção – ficando atrás de Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, de Vandré, e de Sabiá, de Chico Buarque, fazendo com que Beth Carvalho, então com 19 anos, se tornasse de imediato uma estrela da MPB/samba.

Para o público infantil, a obra Perlimps segue em cartaz. Esta fábula não poderia ser mais oportuna: Claé (voz de Lorenzo Tarantelli) é uma jovem criaturinha do Reino do Sol parecida com uma raposa, mas que, na real, é um agente infiltrado na floresta, com a missão de captar os sinais e descobrir a localização dos Perlimps, únicos seres capazes de barrar o avanço do Capitão Dourado e da grande inundação, que ameaça a estabilidade da floresta.

Também prossegue em nossa programação As História de Meu Pai. O filme trata de um assunto que nunca perde a atualidade: a relação muitas vezes opressiva do pai com seu filho. Mas o diretor Jean-Pierre Amélis contextualiza a história na circunstância dramática da Guerra Franco-Argelina e as conseqüências duradoras, especialmente em relação à saúde mental, tanto para o pai quanto para o filho.

Completa a grade de programação carnavalesca o filme Ilusões Perdidas, transposição para o cinema de um dos clássicos do escritor francês Honoré de Balzac. A mais extensa obra do autor, é a tentativa de Balzac de escrever uma série de romances, novelas e contos que retratasse a sociedade de sua época em todos os seus aspectos. Um panorama ambicioso a respeito dos jogos de poder, das intrigas aristocráticas e das contradições entre as vidas na capital e nas províncias do seu país.

Como complemento especial, o Cine Brasília apresenta os dois últimos filmes da excelente Mostra de Filmes dos Países Baixos. Tanto I Don’t Wanna Dance quanto Soof são obras recentes e inéditas no Brasil. Os ingressos para as sessões podem ser comprados através do site ingresso.com e também nas bilheterias do Cine Brasília. A casa do cinema brasileiro possui uma nova gestão compartilhada entre a OSC Box Cultural e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. Sob a direção geral de Sara Rocha e a curadoria de Sérgio Moriconi, o espaço cultural celebra o início de um novo ciclo.

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