Cineasta paraibano participa da sessão do dia 25 e de debate após a sessão do dia 31, quando também é celebrado seu aniversário

Programação da última CineSemana de janeiro conta ainda com a exibição de 12 produções africanas na mostra “Visões da África: Retrospectiva”

A última semana de janeiro vem recheada de boas produções no Cine Brasília, começando pelo filme O País de São Saruê, o primeiro longa-metragem do diretor paraibano Vladimir Carvalho, que terá sessões diárias gratuitas de 25 a 31. O cineasta abre a primeira sessão com uma fala, nesta quinta (25), e participa de um debate após a última sessão, no dia 31, data em que é celebrado seu aniversário de 89 anos, ao lado da diretora, roteirista e produtora, Dácia Ibiapina.

Com o título inspirado no cordel do autor paraibano Manoel Camilo dos Santos, O País de São Saruê é um documentário que explora as complexas relações entre o homem e a natureza no sertão nordestino, onde a luta contra a seca, o latifúndio e a miséria é uma constante desde os tempos coloniais. A narrativa busca resgatar a memória de eventos passados e os costumes singulares que caracterizam essa região, diferenciando-a das demais áreas do país.

A obra foi tema de debate na 54ª edição do Festival de Brasília, quando completou 50 anos de história. O filme é o primeiro longa-metragem do documentarista Vladimir Carvalho, conhecido também por trabalhos como “O Evangelho Segundo Teotônio”, “Brasília, a Última Utopia” e “Rock Brasília – Era de Ouro”. Carvalho, além de sua notável carreira como cineasta é também reconhecido por seu engajamento tanto na esfera cultural quanto na política. 

O debate do dia 31 contará também com a presença da cineasta Dácia Ibiapina, homenageada no último Festival de Brasília com a medalha Paulo Emílio Salles Gomes.

VISÕES DA ÁFRICA: RETROSPECTIVA

De 25 a 28 de janeiro, o Cine Brasília recebe a mostra Visões da África: Retrospectiva, uma seleção composta por 4 curtas-metragens e 8 longas-metragens, produzidos ou coproduzidos por 10 países africanos. A cada dia, uma seleção de filmes inspirada em eixos temáticos específicos é apresentada. São eles: Identidade, Comunidade, Mito e Resistência. Com duas sessões diárias, às 16h e às 18h, e uma sessão especial infantil no sábado  (27), às 10h. A sessão de abertura da mostra, às 16h na quinta, tem entrada gratuita, e as demais sessões possuem ingressos no valor único de R$ 5.

Organizada pelo CinemaBeento, um cinema temporário originado em Acra, capital de Gana, a mostra tem como objetivo a promoção e exibição de filmes relacionados à diáspora africana. Visões de África conta com curadoria de Hadar Busia-Singleton, uma multiartista, atriz e curadora, em colaboração com Matheus Vinhal, pesquisador e produtor cultural do Distrito Federal.

Abrindo a mostra, na quinta (25) as sessões iniciam abordando o eixo temático Identidade, exibindo os curtas Kwaku Ananse e Meu Bebê Branco, da diretora Akosua Adoma Owusu, de Gana, na sessão das 16h; e Ó, Sol, do diretor Med Hondo, da Mauritânia, às 18h.

Na sexta (26), a partir da perspectiva de Comunidade, a sessão das 16h apresenta o longa-metragem Touki Bouki – A Viagem da Hiena, de Djibril Diop Mambéty, importante diretor do Senegal; e na sessão das 18h, o longa Rafiki,  da diretora queniana Wanuri Kahiu. Antes de Rafiki, será exibido o curta-metragem E Não Havia Mais Neve,  do senegalês Ababacar Samb Makharam.

A temática de sábado (27) aborda o eixo Mito, com filmes envolvendo mitos, fantasias e lendas. A primeira sessão, especialmente pensada para o público infantil, apresenta a animação Kiriku e a Feiticeira, de Michel Ocelot, uma aventura que retrata um recém-nascido com superpoderes tentando salvar sua aldeia africana, Karabá, de uma feiticeira que causou estragos devastadores.

A sessão das 16h traz o curta-metragem Na Duna da Solidão e o longa A Mulher com a Faca, ambos do diretor Timité Bassori, da Costa do Marfim; e às 18h, será exibido  um filme dirigido pela ruandesa Anisia Uzeyman e seu companheiro, Saul Williams, o longa Neptune Frost.

Domingo (28), finalizando a mostra, serão exibidos dois filmes dentro da temática Resistência. A primeira sessão, às 16h, exibe o filme  franco-angolano-congolês Sambizanga, da diretora Sarah Maldoror, e, para encerrar, às 18h, Isso Não é um Enterro, é uma Ressurreição,  do diretor Lemohang Jeremiah Mosese, de Lesoto, pequeno país no sul da África.

SESSÃO ACESSÍVEL

Todo último sábado do mês, o Cine Brasília realiza uma Sessão Acessível, proporcionando a exibição gratuita de filmes equipados com recursos de acessibilidade (audiodescrição, legendas descritivas e janela de libras) , projetados na tela. Durante essa sessão, a sala é mantida à meia luz e com volume reduzido, criando uma experiência acolhedora para pessoas com espectro autista. A sessão deste mês acontece às 14h, no dia 27, e exibe o filme Retratos Fantasmas, do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho.

Em Retratos Fantasmas, o diretor explora a história do centro do Recife ao longo do século XX, destacando o papel das salas de cinema na vida da população. Com 1 hora e 33 minutos de duração, o filme utiliza imagens de arquivo e registros em movimento. O documentário aborda o desenvolvimento urbano acelerado, adotando o ponto de vista da janela da casa do diretor, sua residência por muitos anos.

ESTREIAS DA SEMANA

Com vozes de Rodrigo Santoro e Natália Lage, estreia na tela do Cine a animação Bizarros Peixes das Fossas Abissais, do diretor Marcelo Fabri Marão. Exibido na Mostra de Cinema de Tiradentes, a trama segue uma heroína com a habilidade peculiar de transformar seus glúteos em um gorila imenso. Com o auxílio de uma tartaruga e uma nuvem, ela embarca em uma jornada para reunir fragmentos de um vaso e criar um mapa. Ótima pedida para as crianças, o filme possui classificação indicativa não recomendada para menores de 10 anos.

A programação recebe ainda a estreia do filme Servidão, de Renato Barbieri, que no último dia 15 esteve no Cine Brasília para a pré-estreia do documentário e contou com a participação do jornalista Leonardo Sakamoto. Na ocasião, os dois participaram de um debate após a sessão. O longa possui recursos de acessibilidade através do aplicativo Mobi LOAD.

O documentário de Barbieri aborda o trabalho escravo contemporâneo na Amazônia brasileira. Com narração da cantora Negra Li, o filme destaca a persistência desse problema, expondo as condições análogas à escravidão enfrentadas por trabalhadores rurais no Norte do Brasil. Ao dar voz aos abolicionistas, o documentário convida à reflexão sobre as raízes históricas e sociais desse desafio que persiste na sociedade brasileira há cinco séculos.

EM CARTAZ

Segue em cartaz o terceiro filme da saga de Willy Wonka. O musical Wonka acompanha a jornada do proprietário da famosa fábrica de chocolate enquanto ele apresenta suas invenções extravagantes e chocolates irresistíveis. No entanto, ele enfrenta conflitos com os proprietários da fábrica de chocolate local e lida com um problema envolvendo o pequeno personagem Oompa-Loompa. O musical oferece uma experiência encantadora e nostálgica, levando o público a reviver deliciosas lembranças associadas aos chocolates Wonka. O filme possui recursos de acessibilidade através do aplicativo MovieReading

O filme Mal Viver, dirigido por João Canijo, também continua com sessões no Cine Brasília. O longa narra a história de cinco mulheres de diferentes gerações da mesma família. Elas estão dedicadas à preservação de um hotel que herdaram na costa norte portuguesa. No centro da trama, um conflito persistente e aparentemente intratável emerge entre mães e filhas, incapazes de construir um vínculo amoroso.

SELEÇÃO DE CURTAS

Destaque no 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro como melhor direção, em dezembro último, o curta-metragem Remendo, da diretora GG Fákọ̀làdé, abrirá as sessões de três filmes ao longo desta semana. Nos dias 25 e 28, o curta abre as sessões do longa Bizarros Peixes das Fossas Abissais, às 14h. Já nos dias 26 e 29, Remendo precede as sessões de Servidão, também às 14h. E  nos dias 30 e 31, o curta será exibido junto de Mal Viver, novamente às 14h.

Premiado na Mostra de Tiradentes e no Festival de Gramado, a trama acompanha a vida de Zé, um homem de meia idade que vive na periferia de Vila Velha e administra uma oficina de eletrodomésticos. Sua narrativa se desenrola enquanto ele procura por amor, e a chegada de uma nova inquilina no prédio onde sua mãe mora acrescenta uma nova dimensão à sua jornada. O filme possui recursos de audiodescrição e legendagem descritiva.

Os ingressos para as sessões regulares no Cine Brasília custam R$ 20 (inteira) e R$ 10

(meia), exceto às segundas, quando a entrada tem valor único de R$5, e podem ser adquiridos na bilheteria do cinema ou no SITE

SERVIÇO – CINE BRASÍLIA

Endereço: Asa Sul Entrequadra Sul 106/107 – Brasília, DF, 70345-400.

Informações pelo WhatSApp: 61 99878-2198 ou contato.cinebrasilia@gmail.com

Ingressos à venda na bilheteria ou pelo link: ingresso.com/cinema/cine-brasilia 

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