O premiado filme experimental Vermelho Bruto, da diretora Amanda Devulsky, retorna ao Cine Brasília para sessão única, seguida de debate. A sessão faz parte da distribuição independente do filme, realizada pela produtora do Distrito Federal, Casadearroz, que tem percorrido salas de cinema do Brasil ligadas à memória e difusão do cinema nacional. Rafaella Rezende, integrante da equipe de programação do Cine Brasília, destaca que Vermelho Bruto é “um filme que tem que ser visto na sala de cinema, pelas experiências com som e tempo que o filme cria”.

Antes de chegar ao Cine Brasília, o longa foi exibido em sessões na Cinemateca do MAM (RJ) e na Cinemateca Capitólio (RS), e tem prevista, para julho, uma sessão especial na Cinemateca Brasileira (SP). Como lembra a diretora Amanda Devulsky: “Eu gostaria que o circuito comercial do filme tivesse uma relação com o coração do projeto. Por isso, quisemos que ele fosse exibido primeiro nas cinematecas de todo o Brasil”. No Distrito Federal, a escolha pelo Cine Brasília foi evidente por ser a única sala de cinema pública da capital e um dos mais importantes cinemas de rua do país. Em seu projeto original de Oscar Niemeyer, o Cine Brasília contava com um anexo, que nomes como o cineasta Vladimir Carvalho defendiam que fosse destinado a uma Cinemateca.

“É necessário pensar para onde vão todas as imagens que estamos criando. E falo de todas mesmo: tanto as imagens do cinema do século passado – como os célebres filmes de Glauber Rocha, Ozualdo Candeias, Ana Carolina e tantos outros – como também as nossas imagens recentes. O cinema brasileiro vive um boom atualmente em diversas regiões do país, inclusive no Distrito Federal. Representamos o Brasil lá fora, mas temos a estrutura necessária para preservar esses materiais para o futuro? O que é produzido hoje também é patrimônio cultural brasileiro e requer um olhar atento e a preservação adequada”, reforça a diretora.

Vermelho Bruto, que foi descrito como um “fascinante tour de force ético” pelo crítico cultural brasileiro Juliano Gomes e uma “observação do ínfimo à serviço da memória” pela curadora francesa Louise Martin Papasian, joga com a relação do próprio país com o tempo e com as imagens do seu passado.

A sessão ainda contará com a parceria do Cineclube CineBeijoca, por meio de um debate após a exibição do filme. Participam dessa conversa a professora e pesquisadora Juliane Peixoto, e Gabriela de Mello, integrante do CineBeijoca. A proposta é trazer, por meio das debatedoras, novos olhares e visões sobre o filme, que agora ganha vida própria nesta etapa de circulação comercial.

Serviço

Vermelho Bruto / DF / experimental / 206min
Data: 01 de Junho de 2025 (Domingo)
Horário: 18h
Local: Cine Brasília
Ingresso: Valor único R$5

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