Cine Brasília celebra os povos indígenas com uma sessão especial e debate de A Terra Negra dos Kawa no dia 19 de abril.

Abril é o mês dos povos indígenas. O Cine Brasília homenageia os povos originários com uma sessão especial seguida de debate, no dia 19 de abril, do filme A Terra Negra dos Kawa. A data, que até 2022 se referia ao Dia do Índio, passou a ser chamada oficialmente e corretamente de “Dia dos Povos Indígenas”. O longa-metragem, dirigido por Sérgio Andrade, participou de vários eventos cinematográficos, entre eles a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e o Festival do Rio. Esta curiosa ficção científica segue um grupo de cientistas que faz escavações em terrenos no interior do Amazonas em busca de uma terra preta fértil, usada para fins agrícolas. Conforme se aproximam do sítio dos indígenas Kawa, notam que a terra adquire poderes energéticos e sensoriais.

As filmagens aconteceram em locações da cidade de Manaus e nos arredores do município de Iranduba AM, a 39 km da capital, onde foi alugado um sítio que se tornou o “O Sítio dos Kawa”.

Outra novidade da semana é a mostra Semana da Língua Alemã que exibirá 04 produções, todas inéditas no circuito comercial brasileiro. Estão incluídas produções da Áustria, Bélgica, Suíça e Luxemburgo. Os filmes tratam de temas os mais variados, desde a comédia de situações familiares de Framboesa Com Mostarda, passando pelas agruras de um homem solteiro e idoso em O Momento da Eternidade, pelas inquietações trazidas pelas novas tecnologias, em Desassossego, e por fim pelo documentário sobre a vida e obra de Karl Schwanzer, um dos mais importantes arquitetos austríacos do período pós-guerra, em Voando Adiante.

Mas o cinema ainda apresenta nesta semana uma grande estreia, O Colibri, filme dirigido por uma das mais destacadas diretoras italianas contemporâneas, Francesca Archibugi, conhecida no Brasil por A Árvore do Pico. O Colibri é protagonizado por um homem, desde a infância apelidado de Colibri, cuja vida é marcada por coincidências, encontros, desencontros e amores fortes. Pierfrancesco Favino interpreta o personagem no longa, que ainda conta no elenco com o grande Nanni Moretti, Bérénice Bejo, Laura Morante, entre outros. Para criar essa história que começa em 1970, e vai até um futuro próximo, Archibugi, que também assina o roteiro com Laura Paolucci e Francesco Piccolo, partiu do romance homônimo de Sandro Veronesi, Caos Calmo. “Amei muito o romance e queria ser fiel a ele e, ao mesmo tempo, o usei como material pessoal, porque é assim que me sinto. O livro é estilisticamente aventureiro e queríamos não só entrar na aventura, mas também a reinventar”.
A diretora explica que a escolha do elenco foi fundamental, uma vez que este é um filme fortemente calcado em personagens que carregam o fardo da história em si. “O mundo ao redor, as casas, as ruas, as imagens, a luz e as estações que se sucedem, foram feitos para envolver os personagens como um manto para a jornada.”

Permanece em cartaz A Garota Radiante, aclamada produção francesa que trata de uma dura realidade com notável delicadeza e sutileza. Impressiona a estreia na direção da grande atriz francesa Sandrine Kiberlain. O filme fez uma exibição de sucesso na Semana da Crítica do Festival de Cannes de 2021. A personagem do título é a jovem judia Irène, magnificamente interpretada por Rebecca Marder. A jovem de 19 anos desperta para o mundo numa circunstância dramática, no verão de 1942, quando a França está ocupada por nazistas. Ela está descobrindo o amor e o prazer de viver e sonha em ser atriz. Kiberlain, em entrevistas, disse que começou o roteiro imaginando a vida das personagens. Queria capturar um momento histórico de uma forma muito pessoal. Há muitos aspectos do filme baseados na vida de sua família judia, especialmente na de seu avós. No processo, muito da sua vida particular e familiar acabou se tornando uma referência.

Como parte do projeto de exibição de um curta-metragem antes de um longa, selecionamos o filme Okofá, um insólito ensaio sobre “um corpo multiartista, transindígena e nordestino na cidade de São Paulo”.

Para o público infantil, mais uma oportunidade para rever Perlimps e O Grande Mauricinho em sessões de dias alternados. Os dois filmes possuem acessibilidade em libras, legenda e audiodescrição através do aplicativo Mobi LOAD (baixe o app aqui).

Curtiu a programação?  Acompanhe os horários no site e aproveite para assistir importantes obras do audiovisual ao longo da semana. Desde 2022, a casa do cinema brasileiro possui uma nova gestão compartilhada entre a OSC Box Cultural e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. O espaço cultural segue sob a direção geral de Sara Rocha e curadoria de Sérgio Moriconi.

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